CAMINHO DA FÉ DE BICICLETA - Dia 6

por André Alécio Estiva até Paraisópolis 45 km de pedal O sexto dia de pedal na verdade foi o sétimo de viagem, pois no sábado acordamos em Estiva e estava chovendo muito, havia chovido praticamente a noite toda e eu, Alexandre e o Mafra, preferimos ficar um dia na cidade descansando, já que tínhamos tempo de sobra para fazer a viagem, assim eu aproveitava para curar a minha gripe que a esta altura estava pior que nos dias anteriores, além que o Mafra havia acordado com dor de cabeça devido a chuva do dia anterior, e o Alexandre com dor de garganta. Resumindo estávamos precisando de uma parada. Apenas o Wagner e o Marcelo preferiram encarar a chuva e foram para Paraisopolis, o Warley também saiu na caminhada para a próxima cidade. Despedimos-nos de todos e lhes desejamos sorte naquele dia que já se iniciava com chuva. Em frente ao hotel vimos este tucano Em frente ao hotel vimos este tucano No dia seguinte saímos para pedalar bem cedo por volta das 7 horas da manhã já estávamos na estrada mesmo com o tempo nublado e nada animador, ainda na cidade o pneu da bicicleta do Mafra furou novamente, este pneu costumava furar duas vezes ao dia, sempre tentávamos encontrar o problema, mas não encontrávamos, a saída da cidade foi tranqüila e depois de passar por cima da rodovia Fernão Dias já estávamos entrando novamente na estrada de terra, pedalamos tranqüilos e passando por alguns pontos com poças de água e lama, mas esperávamos uma estrada bem pior devido as intensas chuvas do dia anterior. Pedalamos tranqüilos até aparecer um longa subida e descobrimos ao perguntar para dois cavaleiros que ali se tratava da Serra do Caçador, serra de respeito a uns 8 quilômetros de Estiva. Depois de subir três quilômetros, o visual foi recompensador mesmo estando um dia nublado. Fiquei imaginando se o dia estivesse com sol, seria muito mais bonito o visual ali de cima. Mafra e André No topo da Serra do Caçador Mafra e André No topo da Serra do Caçador Depois de muitos sobes e desses chegamos a cidade de Consolação, cidade bem pequena onde foi possível parar na praça e viver a tranqüilidade do interior, que para nós que vivemos em cidade grande foi uma experiência muito boa. Limpamos as correntes das bikes ali na praça mesmo, passamos um pouco de óleo e aproveitamos para comer um biscoito de polvilho no único estabelecimento comercial da cidade aberto naquele domingo chuvoso. De volta à estrada, pegamos um pouco de asfalto, mas o Caminho da Fé logo virou para uma estradinha tranqüila, em meio a vales e pastos de gado, um lugar muito bonito, esta estrada estava com mais lama, nos obrigando a parar para dar uma pequena limpada nas correntes novamente, paramos na frente de uma casa, e um senhor logo apareceu nos convidando para entrar e tomarmos café, até almoço nos ofereceu, mas não aceitamos, comemos apenas bolacha. Foi muito legal a simpatia e hospitalidade do casal que tão bem nos acolheu, depois de um pouco de conversa saímos pedalando, o pedal foi tranqüilo, passamos por um povoado chamado Pedra Branca e continuamos pedalando até tranqüilos em relação a lama que não era tanta como imaginávamos que seria, mas foi no quilometro 35 que tudo mudou. O Caminho da Fé virou para uma estrada de fazenda em cima de uma montanha, e ao vermos o terreno imaginamos que seria difícil, além da subida íngreme, a terra era vermelha e grudava com facilidade nos pneus das bicicletas, uma vez que o pneu girava, jogava lama nas pastilhas de freio, corrente, e em nós é claro. Foi um momento de estresse na viagem o mais irritado era o Alexandre já que sua bicicleta pegou tanta lama, que a roda traseira travava então ele tinha que a cada instante limpar o excesso de lama dos pneus, andava mais um pouco e novamente o pneu travava e assim se seguiu por alguns quilômetros. Nesta altura estávamos empurrando as bicicletas até nas retas, já que quando elas pegavam velocidade era lama para todos os lados, e não queríamos danificar a relação das bikes. Próximo a Pedra Branca Próximo a Pedra Branca Foi em uma descida já próxima a cidade de Paraisópolis que encontramos novamente o Warley que havia saído neste dia da cidade de Consolação, neste trecho a estrada ganha um visual muito bonito das montanhas. Bela paisagem próxima a Paraisopolis Bela paisagem próxima a Paraisopolis Chegamos na cidade e estava havendo uma festa OPIS (Olimpíadas Paraisopolense de Inverno Solidário), bem no centro da cidade ao lado da igreja matriz, com musica ao vivo e muitas barracas de comida além de mesas para sentar e muita gente. Nós com até as bochechas de barro chegamos e claro, fomos os ETES do local, muitas pessoas já animadas devido à cervejada que rolava nos olhavam e falavam: Nossa mais tinha lama lá hem. Um cara que ajudava na organização da festa ainda nos ajudou convencendo o dono do hotel a nos dar um desconto (já que tinha festa o preço do hotel havia inflacionado uns 10 reais (mas conseguimos ficar por 25 reais), decidimos ficar por ali mesmo neste dia, apesar de ser por volta das 2h30 da tarde, tínhamos receio de seguir em frente e encarar mais quilômetros de lama como os últimos dez que havíamos pedalado. No Hotel Central, ficamos mais de uma hora no estacionamento limpando o grosso da lama nas bikes com uma mangueira, a lama era inacreditável, impregnava em tudo e dava trabalho para ser retirada mesmo com a mangueira. Depois tomamos banho e saímos para comer algo na festa que era de frente para o hotel. Aproveitamos e ficamos horas sentados ali comendo e tomando cerveja. Por volta das 10 horas da noite fomos dormir, o barulho da festa não demorou a encerrar. A cidade de Paraisopolis é bem bacana, pequena, mas com um povo simpático, e com uma boa estrutura de bancos, comercio, e hotéis, tivemos sorte de ter pego o ultimo dia de festa, pois corremos o risco de não encontrarmos hospedagem na cidade devido a festa… Bicicleta do Alexandre a mais suja de lama Bicicleta do Alexandre a mais suja de lama Assista ao vídeo do 6º Dia do Caminho da Fé de Bicicleta [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=E-ho0UX29VY[/youtube]