CAMINHO DA FÉ DE BICICLETA - Dia 5
por André Alécio Borda da Mata até Estiva 41 km de pedal O dia amanheceu nublado, e depois de dar uma super lubrificada nas bikes saímos em direção a cidade de Tocos do Mogi, este dia, o trato nas bikes foi especial, montamos praticamente uma oficina de bicicleta na garagem do hotel, era um limpando a corrente, o outro colocava óleo, o outro passava pincel com óleo disel, outro regulava as marchas e assim, depois de certo atraso, saímos pedalando, eu estava um pouco preocupado com o clima nada animador, mas mesmo assim todo mundo estava animado para mais um dia de pedal, afinal de contas, estávamos ali porque queríamos, e corríamos o risco de pegar chuva em qualquer dia da viagem, nestas horas é sempre bom estar prevenido e carregar capa de chuva na bagagem, e todos nós tínhamos uma capa. O pedal começou tranqüilo, mas com o terreno molhado com a chuva da noite anterior, sentia-se a bike mais pesada, muito sobe e desce, mas nenhuma grande serra de inicio, só depois do quilometro sete que apareceu uma subida nos obrigando a ter paciência para encará-la, esta subida tinha uns 3 km e no meio dela uma casa, com água potável, um ponto de descanso com vista privilegiada e água da melhor qualidade. Visual na subida da serra depois de Borda da Mata O tempo foi ficando mais fechado, do alto da montanha já se via muita neblina, e o frio que até este dia da viagem não tinha dado o “ar de sua graça”, estava bastante presente, em cima das montanhas era ainda mais forte, e com o tempo cada vez mais fechado, não demorou muito para termos a companhia da chuva que desde a nossa saída de Borda da Mata aparentava querer nos acompanhar neste dia, e foi em um trecho de descida que a chuva resolveu cair, no começo estava tímida, mas depois de alguns minutos, percebemos que ela veio para ficar, me obrigando a colocar a capa de chuva, que neste dia, já estava fora do alforje, presa em cima do bagageiro com os elásticos. Não queria me descuidar, pois desde o inicio da viagem minha sinusite estava atacada, todo dia tinha surtos de tosse, e para dormir tive que por varias noites inalar remédio para limpar as narinas (vick). Então tinha que me precaver, para que uma piora da gripe, não estragasse meus planos de chegar a Aparecida. Igreja em Tocos do Mogi Depois de muito subir e descer, já de baixo de uma garoa forte, chegamos à cidade de Tocos do Mogi e encontramos novamente os peregrinos caminhantes do dia anterior, aproveitamos e fomos a uma padaria da cidade provar o pastel feito de massa de milho (que realmente vale a pena experimentar), aproveitei também para comer o biscoito de polvilho que assim como o pastel recomendo a quem passar por esta cidade. Depois de carimbar nossa credencial em uma das pousadas onde fomos muito bem recebidos pela proprietária, saímos da cidade, não antes de encarar uma subida bem íngreme para passar em frente a igreja, engraçado mas porque será que toda igreja sempre fica em um ponto alto das cidades? Já estávamos pedalando na estrada de terra quando a chuva voltou a apertar, o chão da estrada em alguns pontos já formava lama, nos obrigando a ter cuidado redobrado nas descidas. Plantação de morango O caminho na saída de Tocos é muito bonito com vários vales e plantações de morango (que geralmente ficam em estufas). Uma subida forte a não muito mais que três quilômetros da cidade, foi mais difícil e cansativa devido ao frio e a chuva. Não podíamos desanimar, e depois de passarmos por inúmeras plantações de morango ganhamos de dois rapazes uma caixa do fruto que estava muito bom. Reposta as energias com os morangos, passamos por um vale muito bonito, com uma pequena vila, e depois de descer é claro que tivemos que subir já que atravessamos o vale, nada melhor do que empurrar um pouco a bike, para esticar as pernas, em seguida passamos por mais um vilarejo e chegamos na cidade, com as bikes cheias de lama, e logo encontramos a Pousada Poka onde antes de qualquer coisa demos um banho de mangueira nas bicicletas para tirar o grosso da lama. Em seguida banho, e fomos à padaria ao lado da pousada comer um pão de queijo (já que estávamos em Minas Gerais uai), muito bom diga-se de passagem. No Vale a caminho de Estiva De noite jantamos e conhecemos mais uma pessoa que estava fazendo o Caminho da Fé a pé o Warley que já havia feito por duas vezes o caminho de bike, e é cicloturista experiente com muitas viagens de bike em seu currículo, bons papos e historias de aventura para acompanhar nosso jantar. Fomos dormir cedo já que não tinha muito que fazer na cidade que estava bem tranqüila provavelmente devido à chuva… Assista ao vídeo do 5º Dia do Caminho da Fé de Bicicleta [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=U12RgZ2XTys[/youtube]
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