CAMINHO DA FÉ DE BICICLETA - Dia 2

por André Alécio Casa Branca até Águas da Prata 99 km de pedal (30 km errados) Acordamos e arrumamos as bikes, que ficaram dentro do quarto mesmo, nem precisei tirar os alforjes, aproveitei para passar óleo na corrente devido a poeira do dia anterior, tomamos um bom café da manhã regado a suco de laranja, conversamos com as mulheres que nos receberam muito bem na pousada, e que já preparavam o café da manhã da garotada e saímos em direção ao centro da cidade, passamos pela igreja matriz e logo já estávamos em estradas de terra novamente. A bela igreja matriz em Casa Branca A bela igreja matriz em Casa Branca O bagageiro da bike do Alexandre quebrou fizemos uma gambiarra com cordinhas elásticas que seguravam a mochila no bagageiro, até ficou bem firme, mas como estávamos a poucos quilômetros do centro (4 km) resolvemos voltar pela estrada de asfalto e compramos outro bagageiro. Perdemos uma hora, mas foi melhor do que continuar e ter problemas mais pra frente. Na volta ao Caminho da Fé encontramos três ciclistas de Pirassununga que estavam fazendo um trecho do caminho, foi a primeira vez que encontramos pessoas fazendo o caminho, conversamos e pedalamos juntos por um tempo, mas eles estavam um pouco mais tranqüilos e nós tínhamos que acelerar o ritmo para chegar em Águas da Prata ainda neste dia. Isso já era mais de 11 horas da manhã. Neste trecho o caminho pega 6 km de asfalto, em uma rodovia depois só trilhas por meio de plantações até a cidade de Vargem Grande do Sul. Muitas porteiras para serem abertas, e puladas. Se estivesse sozinho seria muito mais complicada esta parte do caminho. Atravessando a porteira Atravessando a porteira Com os Ciclistas de Pirassununga Com os Ciclistas de Pirassununga Na cidade de Vargem Grande carimbamos a credencial em um hotel, comemos um lanche muito bom em um quiosque na praça central e seguimos para um trecho que sabíamos que seria mais difícil com bastante subidas. Logo quando o caminho vai para a estrada de terra já vimos a paisagem mudar. Muitas montanhas surgiram isso dificultou para continuarmos no ritmo em que estávamos, pouco antes de passar na pousada da Dona Cidinha a estrada fica bastante íngreme e empurrar a bike neste trecho foi inevitável, muito sobes e desces e um visual muito bonito nos levava para a cidade de São Roque da Fartura, depois de passar por uma plantação de cenouras, a estrada de terra chega ao asfalto, pedalamos um quilometro e já estávamos na terra novamente e uma subida forte começou. Já eram mais de 4 horas da tarde e iniciamos a subida da Serra da Fartura. Para terem uma idéia sobre a altimetria local a cidade de Vargem Grande esta a 721 metros acima do nível do mar, a Serra da Fartura esta à 1400 metros então o desnível neste trecho é grande, o cansaço é grande mas o visual é muito bonito de toda a região. No caminho para São Roque da Fartura No caminho para São Roque da Fartura Guidão na estrada a ser seguida Guidão na estrada a ser seguida Depois de muito pedalar serra a cima, chegamos novamente ao asfalto, e vimos uma descida alucinante para o lado direito, varias placas com setas amarelas indicavam pousadas, e lá em baixo se via uma cidade bem grande que acreditamos ser Águas da Prata. Nesta hora não sei por que acabamos nos atrapalhando com as setas, e acho que um imã nos puxava para aquela descida de asfalto liso, e iniciamos a descida que seria a mais alucinante de toda a viagem, logo nos primeiros quilômetros já percebemos que ali não deveria ser o Caminho da Fé, pois as setas amarelas que nos acompanhavam desde Tambaú haviam desaparecido. Chegamos a uma placa que nós mostrava o nome do lugar “ Serra do Deus me Livre” nome bem sugestivo Deus me livre subir aquilo lá, mas descer era algo maravilhoso, curvas fechadas, asfalto liso e uma inclinação que eu nunca havia visto em uma estrada de asfalto antes, mesmo brecando nas curvas cheguei aos incríveis 80 km/h nunca havia passado dos 66 km/h com a minha bicicleta, fizemos varias paradas para ver o visual do lugar, que era bonito, o sol já estava baixo e nós encontramos novamente as setas amarelas, daí o susto foi grande. As placas indicavam “ Caminho da Fé São João da Boa Vista”, ai a fixa caiu, descemos por um lugar errado acreditando que a cidade que víamos do alto da montanha era Águas da Prata, estávamos tranqüilos, mas ao ler esta placa vimos que estávamos passando por um “grande perrengue”, não pelo local mas pelo horário da tarde que marcava 6 horas o escuro já estava evidente, e nós não sabíamos nem onde estávamos, me lembrei que havia lido no site oficial do Caminho da Fé que não era recomendável a saída de bike pelo caminho da cidade de São João da Boa Vista devido as dificuldades do terreno, pedalamos ainda alguns quilômetros pela estrada de terra que as setas indicavam, e foi perguntando em sitio, que tivemos a certeza que aquela trilha era realmente inviável para bikes, a escuridão já tomava conta me obrigando a ligar o farol da bike, farol este que pensei em nem levar para a viagem, mas que ali estava nos salvando. O pessoal do sitio “muito bacanas por sinal”, nos disse que o sitio ficava a uns 16 quilometros de Águas da Prata indo pelo asfalto, isso nos aliviou, e nós seguimos para o centro de São João da Boa Vista e depois de muito perguntar, pegamos a estrada de asfalto para Águas da Prata. A estrada tinha movimento, e o acostamento era de cascalho, fomos pedalando devagar e chegamos ao nosso destino por volta das 8h30 da noite. A Pousada do Peregrino, sede do Caminho da Fé estava fechada, fomos então na lanchonete ao lado da casa e ligamos para o Seu Almiro um dos idealizadores do caminho, que gentilmente foi abrir a pousada para nós e nos recebeu muito bem. Ainda neste dia encontramos outros peregrinos de bike. Mas isto fica para o próximo dia… Visual em cima da Serra da Fartura Visual em cima da Serra da Fartura Serra do Deus me Livre, lugar onde erramos o caminho Serra do Deus me Livre, lugar onde erramos o caminho Assista ao vídeo do 2º Dia do Caminho da Fé de Bicicleta [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=3_oAYODRIPw[/youtube]