Cicloturismo: Do Rio de Janeiro à Aparecida do Norte

por Gledson Silva do site Pedal Sem Fome Depois de anos enrolando e me enrolando, resolvi fazer minha primeira cicloviagem. Marquei a data e disse a mim mesmo que dia 26 de agosto seria o dia D, iria sozinho ou acompanhado, com sol ou chuva, mas iria nesse dia. E nada, ou quase nada mudaria minha decisão. Chamei mais 3 amigos (Léo, Vini e Vinícius) e no tal dia estávamos nós, encarando a estrada. img_0035.jpg img_0031.jpg Saímos as 04:30, sol ainda nem pensava em nascer e já estávamos na Dutra. Durante dois dias, nossas vidas estariam nessa estrada. Enquanto pedalávamos, o sol ia se mostrando e iluminando o dia que nascia. Seguimos num ritmo bem tranqüilo até passarmos pelo pedágio e fazermos nossa primeira parada para um café da manhã no posto Belvedere, logo depois de Seropédica. Barriga cheia, hora de voltar à estrada, pois há alguns quilômetros a nossa frente estava a Serra das Araras que seria vencida por cada um em seu ritmo de pedal. Vini terminou em alguns míseros minutos, enquanto seu xará Vinícius “café com leite” demorou bastante. Primeiro pela falta de preparo físico e segundo por uma corrente que partida que atrasou a subida. Pedalamos por Ribeirão das Lajes, em Piraí e chegamos em Barra Mansa onde decidimos parar para o almoço e repor as energias. De Barra Mansa em diante inicia um sobe-desce sem fim, cansativo, porém recompensado com uma vista lindíssima que só quem está numa bicicleta pode parar, observar, ouvir os sons, sentir os cheiros e realmente experimentar cada sensação do momento. Imagens dignas de calendários. img_0051.jpg img_0057.jpg img_0060.jpg Num desses trechos, Léo e Vinícius se trombam quebrando a roda dianteira do primeiro. Fisicamente ele só teve umas escoriações e uma dor provocada pelo choque, porém emocionalmente abalado, pensando em desistir. Quase um fim para sua jornada. Felizmente conseguimos comprar uma roda usada por lá e ele pôde prosseguir viagem. Alguns cicloturistas, que já tinham feito essa viagem, nos indicaram um motel em frente ao Graal Resende e foi lá que passamos a noite. img_0070.jpg img_0073.jpg Após uma boa noite de sono, hora de retornar à estrada. Vinícius decidiu retornar para o Rio. Ficaríamos eu, Léo e Vini para completar o restante de Resende a Aparecida. Talvez esse trecho seja o mais cansativo da viagem, porque é uma seqüência de subidas e descidas sem fim. img_0083.jpg img_0114.jpg Eis que numa dessas descidas atingimos o limite entre o estado do Rio de Janeiro e São Paulo. Aparecida estava mais próxima! Cruzamos Queluz e logo depois, Cruzeiro. Passamos pela entrada de Guaratinguetá e finalmente viria Aparecida. Faltando apenas 1km, final da última subida do dia, pneu do Vini fura. Pedal sem pneu furado, não é pedal! Estava até achando um milagre pedalarmos por tanto tempo e nenhum pneu furar. Consertamos rapidamente para chegarmos o mais breve possível na basílica e termos tempo para pegarmos o último ônibus para o Rio. img_0119.jpg Câmara trocada, vamos com tudo que a cidade está bem próxima! Eis que em alguns minutos de pedalada, finalmente chegamos ao nosso destino. Aparecida! img_0122.jpg O que ganhei com a viagem? Momentos com amigos, momentos divertidos, outros não. Experiências novas. Novos lugares, novas sensações. Uma coisa é certa, me tornei mais seguro, pois vi que tudo que quero, posso. Problemas existem. Como os que encontramos. O segredo é saber como lidamos com eles. Existem coisas que só se descobre vivendo. img_0130.jpg Esta matéria foi enviada por Gledson Silva do site Pedal Sem Fome. Participe você também do site GuiaDoViajante.com e envia e seu relato para a gente.